terça-feira, 5 de agosto de 2008

EXERCÍCIO DE REAVALIAÇÃO

o que é intertextualidade?

Como se pode notar na constituição da própria palavra, intertextualidade significa geralmente a relação entre textos.
Observe os dois textos abaixo e note como Murilo Mendes (século XX) faz referência ao texto de Gonçalves Dias (século XIX):


Canção do Exílio

Minha terra tem macieiras da Califórnia
onde cantam gaturamos de Veneza.
Os poetas da minha terra
são pretos que vivem em torres de ametista,
os sargentos do exército são monistas, cubistas,
os filósofos são polacos vendendo a prestações.
gente não pode dormir
com os oradores e os pernilongos.
Os sururus em família têm por testemunha a Gioconda
Eu morro sufocado
em terra estrangeira.
Nossas flores são mais bonitas
nossas frutas mais gostosas
mas custam cem mil réis a dúzia.

Ai quem me dera chupar uma carambola de verdade
e ouvir um sabiá com certidão de idade!

Murilo Mendes




Canção do Exílio

"Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.

Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.

Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar — sozinho, à noite —
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu’inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá."

Gonçalves Dias


A atividade consistirá na utilização da intertextualidade em um dos textos abaixo para a produção de outro texto por vocês. Escolham um dos dois e bom trabalho!


TEXTO 1

OXIGÊNIO

Mesmo com a fumaça
Dá para ver
A incessante sinfonia
Da floresta
Respirando pelo mundo
Vendo tudo acontecer
Mesmo com a fumaça
Dá para ouvir
O som intermitente
Das corredeiras
E a cachoreira da fumaça
Vendo tudo acontecer

Dá para ver
Que ainda é possível voar
Dá para ver
Que o mundo ainda é verde
E o ar, oxigênio
Mesmo com a fumaça
Oxigênio
Mesmo com a fumaça
Oxigênio

Povo da Terra
Olhem para o céu
E vejam que límpido cristal
Tem nossa alma
O abraço das criaturas
No templo do amor
A paixão da natureza
O delírio do viver
Somos todos os deuses
Somos todos um só.

(Rogério Flausino / Zé Ramalho)



Texto 2

DEVASTAÇÃO

Na mata, no ar, em toda a terra
o meio-ambiente está deplorável
perdendo sua beleza admirável
mais algum tempo e se encerra

Até o grande mar, brada e berra
chamando-nos a essa realidade
e a Natureza nos pede piedade
antes que aconteça uma guerra

que tudo tudo poderá devastar
a humanidade terá que enfrentar

(Sueli do Espírito Santo)

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